“Tenho apresentado dores nos meus punhos que correm por todo a antebraço. Inicialmente essas dores só surgiam quando eu realizada alguma atividade mais intensa, porém agora até à noite já está me incomodando”.
O termo tendinite refere-se à inflamação dos tendões, estruturas que ligam os músculos aos ossos. Os tendões normalmente se apresentam como estruturas anatômicas alongadas formadas por tecido conjuntivo que fornece certa elasticidade, muitas vezes se assemelhando a cordas. Possui a função de movimentar e dar estabilidade às articulações; para isso a sua estrutura é envolta em uma bainha conjuntiva contendo um líquido lubrificante responsável por evitar atrito durante a movimentação do tendão.
Os sintomas mais comuns relacionados à tendinite são com dor e edema localizados sobre a estrutura acometida, resultante do processo inflamatório local associado com o acúmulo de líquido decorrente dessa inflamação. Apesar de serem comumente associadas com trabalhos relacionados à atividade repetitiva e práticas esportivas, pode afetar também indivíduos que não possuem fatores cotidianos identificáveis como origem do problema.
Causas mais comuns:
- Atividades de Esforço Repetitivo
Atividades de trabalho, esportivas, ou mesmo de lazer que exigem movimentos intensos e repetitivos por períodos prolongados podem provocar sobrecarga crônica nos tendões e resultar em processo inflamatório com resposta.
- Overuse
Mesmo sem uma rotina de atividades repetitivas, esforços muito intensos podem provocar um estresse na estrutura do tendão, podendo ocasionar microlesões que evoluem como tendinites.
- Ergonomia
Atividades realizadas sem ergonomia adequada submetem os tendões a esforços adicionais muito superiores aos da própria atividade em si.
- Sedentarismo
A falta de alongamento e atividades físicas pode levar ao encurtamento dos tendões e hipotrofia muscular.
O tratamento indicado varia dependendo de qual o tendão (ou grupo de tendões) acometido e deve ser sempre levado em consideração as peculiaridades de cada paciente. Na maioria dos casos consiste predominantemente na associação de medicações, fisioterapia e adequação ergonômica. Em alguns casos pode ser necessário o tratamento cirúrgico.
“Acordo no meio da noite com a mão amortecida e dolorida, tenho que levantar para tentar achar uma posição mais confortável. No início o desconforto surgia somente durante a noite, mas com o passar do tempo começou a surgir dor e amortecimento durante o dia também. ”
Se você apresenta queixas semelhantes a estas existe uma grande probabilidade de você possuir uma condição que pertence ao grupo conhecido como Síndromes Compressivas Nervosas Periféricas dos Membros Superiores. Essas síndromes, como o próprio nome já diz, correspondem a pontos de compressão dos nervos que podem ocorrer em toda sua trajetória desde o braço até a mão. Os achados clínicos em pacientes com compressão nervosa crônica são variáveis e refletem o amplo espectro de alterações histopatológicas que ocorrem no nervo. O contínuo das alterações neurais que ocorrerão depende da força e da duração da compressão.
Dentre essas síndromes a que mais se destaca, tanto pela frequência quanto pela sua fama, é a Síndrome do Túnel do Carpo (STC). O nome designa uma neuropatia por compressão do Nervo Mediano (principal nervo sensitivo da mão) na região do punho denominada de túnel carpal. A prevalência da STC é estimada entre 4% e 5% da população, sobretudo entre 40 e 60 anos.
Existem diversos fatores que levam à síndrome do túnel do carpo como: lesões por esforço repetitivo, causas traumáticas, inflamatórias (artrite reumatóide), hormonais (diabetes mellitus e doenças da tireóide), medicamentosas ou tumorais. Porém na maioria dos casos existe uma associação de fatores desencadeantes. Em grandes estudos foi demonstrado que sexo, idade e fatores genéticos e antropométricos (tamanho do túnel do carpo) representam os fatores de predisposição mais importantes. As atividades manuais repetitivas e a exposição a vibrações e ao frio são fatores coadjuvantes no desenvolvimento da STC. Outros fatores que podem contribuir para exacerbação do quadro são a obesidade e o tabagismo.
Não foi demonstrado através de estudos aumento da prevalência da STC em caso de trabalho no computador em mais de 15 horas por semana. Uma tendência ao aumento foi demonstrada para além de 20 horas por semana.
A manifestação clínica mais comum da STC é a parestesia (sensação de dormência ou formigamento) nas mãos, em especial, nos dedos polegar, indicador, dedo médio e anular, com predominância no período noturno (paroxismo noturno), podendo apresentar também a sensação de choque que se estende até o antebraço e braço. Com a sua progressão a síndrome pode evoluir para alterações de disfunção motora, quando se torna difícil a manipulação de objetos e a execução de tarefas simples, como por exemplo, lavar louça.
O diagnóstico é estabelecido através da associação de um exame físico criterioso com o exame de eletroneuromiografia, os quais podem confirmar ou descartar a hipótese diagnóstica como também fornecerem dados sobre a gravidade da compressão e, por consequência, qual o melhor tratamento para cada caso individualmente.
O tratamento, em casos de compressão leve e recente, pode ser abordado conservadoramente com a associação de medidas comportamentais associadas com medicações e o uso de órteses. Nos casos mais severos ou mais antigos pode ser indicado o tratamento cirúrgico para a liberação do ponto de compressão do nervo.
Em casos de compressão grave e prolongada do nervo sem a instituição de um tratamento adequado, pode ocorrer atrofia irreversível da mão, com recuperação limitada mesmo após o procedimento cirúrgico bem executado.
O procedimento cirúrgico quando realizado por um profissional capacitado apresenta elevados índices de satisfação com melhora quase que imediata da maioria dos sintomas, associado com uma rápida reabilitação para as atividades do dia a dia.
Apesar da aparente simplicidade e eficiência da descompressão do túnel do carpo alguns cuidados no pós-operatório possuem um importante papel para uma pronta melhora e um rápido retorno às atividades laborativas.
“Há aproximadamente 1 ano comecei a sentir uma dor leve no meu punho, junto a base do polegar, somente quando fazia algum esforço mais intenso. Porém nos últimos 3 meses essa dor tem se intensificado muito, até para atividades leves. Estou tendo muita dor e dificuldade até para abrir uma garrafa ou o pote de café”
Rizartrose é o termo que designa a osteoartrose (desgaste da cartilagem articular) que ocorre em uma articulação da base do polegar, levando à dor e ocasionando dificuldade de manusear objetos, como por exemplo, abrir potes ou garrafas com tampas rosqueáveis.
A Rizartrose pode ser ocasionada por doenças como artrite reumatoide, gota, infecções articulares e até mesmo fraturas ocorridas na região, porém as causas mais comuns são a predisposição familiar associada com idade mais avançada.
O tratamento adequado para a Rizartrose vai depender do grau de envolvimento articular e de quanto desconforto a patologia está ocasionando. Em estágios mais precoces a terapia com medicamentos ditos condroprotetores pode ser muito útil no alívio dos sintomas e no retardamento da progressão da doença. Já em fases mais avançadas e com sintomatologia exuberante o tratamento cirúrgico aparece como solução mais eficaz para o problema.
Nos últimos tempos, com a evolução tecnológica de materiais e métodos, é possível realizar procedimentos ditos minimamente invasivos, nos quais são utilizadas incisões muito menores, com reabilitação precoce e excelentes resultados à médio e longo prazo.
“Semana passada tive uma pequena queda ao solo e utilizei as mãos para proteger o meu rosto, como o trauma havia sido de pequena intensidade nunca pensei que pudesse ter ocasionado uma lesão. Porém, como hoje ainda estava com dor procurei atendimento médico. Qual foi a minha surpresa quando o médico noticiou que ocorrera uma fratura no meu punho. ”
O que é Osteoporose?A Osteoporose é uma condição médica definida pela redução da densidade mineral óssea, levando a um risco aumentado de fraturas.
No Brasil estima-se que aproximadamente 10 milhões de pessoas possuam osteoporose e que 2,4 milhões de fraturas ocorram anualmente ocasionadas pela doença.
Apesar de ser mais frequente nas mulheres, não é exclusiva do gênero feminino. Possui sua maior incidência em mulheres na pós-menopausa e em homens com mais de 70 anos, período em que a queda dos hormônios estrogênio (nas mulheres), e testosterona (nos homens), leva a um aumento da taxa de redução na massa óssea.
Principais Fatores de Risco
- Sedentarismo
- Tabagismo
- Álcool
- Histórico familiar
- Alimentação inadequada
- Falta de exposição solar
- Uso crônico de medicamentos
- Diabetes
A Osteoporose caracteriza-se por ser uma patologia silenciosa, que costuma apresentar sinais somente após o surgimento de fraturas. Os locais mais frequentemente acometidos pelas fraturas osteoporóticas são a coluna, o punho e o colo do fêmur.
DiagnósticoO ideal é que sejam feitos exames preventivos, para que ela seja diagnosticada a tempo de se evitar as fraturas. A Densitometria Óssea é o exame indicado para avalição da densidade mineral óssea e diagnóstico da Osteoporose ou Osteopenia (forma intermediária mais branda).
Fatores de Proteção
- Atividade física regular ao longo da vida
- Adequada exposição solar
- Alimentação balanceada
- Evitar álcool e tabaco
Caso diagnosticada a osteoporose deve ser tratada com medidas comportamentais para reduzir a taxa de perda da massa óssea, medidas de proteção para fraturas, bem como o uso de medicamentos para manutenção e ganho de densidade óssea. O tratamento medicamentoso normalmente consiste na suplementação de Cálcio e Vitamina D associado com medicamentos responsáveis pela chamada fixação do cálcio nos ossos. Sem o uso em conjunto dessas medicações grande parte do cálcio ingerido é eliminado pelo organismo sem que ocorra a adequada fixação desse mineral nos ossos.
“Notei de um tempo para cá que as articulações dos meus dedos começaram a engrossar, junto com isso tenho sentido dor nas mãos e parece que elas estão mais rígidas ultimamente. ”
Se você apresenta queixas semelhantes a estas existe uma grande possibilidade de você possuir uma condição que pertence ao grupo conhecido com Osteoartrose. A Osteoartrose, também conhecida como Artrose, é o termo que define o processo degenerativo articular que acomete primariamente a cartilagem de revestimento das articulações, levando ao seu desgaste. As cartilagens articulares possuem seu maior pico de densidade e volume logo após a adolescência, ocorrendo a sua redução gradual lenta progressiva com o passar dos anos. Uma vez que ocorre desgaste da superfície articular, o organismo possui pouca capacidade de recuperação dessa cartilagem. Múltiplas podem ser as causas que levam à degradação articular, como traumas, infecções, doenças reumatológicas etc., porém nas mãos o fator mais relacionado é a hereditariedade associada com a longevidade e o seu desgaste mecânico contínuo inerente.
Pode acometer qualquer articulação do corpo porém ocorre mais frequentemente nos joelhos, quadris e na articulações dos dedos das mãos.
As queixas normalmente se iniciam de modo incipiente tendo uma evolução lenta porém progressiva. Com o passar do tempo as articulações começam a ter um aumento no seu tamanho tornando-as engrossadas. Por fim começam a ocorrer deformidades articulares resultando em dedos com evidentes tortuosidades na sua aparência.
Dentre as várias articulações que podem ser acometidas pelas artroses nas mãos se destaca a que acomete a base do polegar junto ao punho, recebendo o nome específico de Rizartrose.
O tratamento da Osteoartrose varia amplamente de acordo com a sua causa, localização e grau de evolução. Em fases mais iniciais têm surgido novas classes de medicamentos com a capacidade de reduzir importantemente ou até mesmo frear a progressão da doença além de reduzir a dor relacionada. O implemento de terapias fisioterápicas associadas com readequação ergonômica para as atividades cotidianas ou de lazer são importantes fatores adjuvantes do tratamento. Em fases mais avançadas podem ser indicados tratamentos cirúrgicos específicos para cada articulação.
“ Apareceu uma “bolinha” indolor no dorso do meu punho há uns meses atrás que acabou desaparecendo espontaneamente sem nenhum tratamento. Porém ela retornou, agora maior e causando bastante dor quando flexiono o punho”
Características PrincipaisA imensa maioria das nodulações e tumorações que acometem as mãos e os punhos apresentam-se como lesões benignas. Dentre as lesões nodulares nas mãos e punhos, se destacam pela frequência, os pseudotumores (tumores falsos) chamados cistos sinoviais, que nada mais são que saculações ou apêndices formados nas capsulas que revestem as articulações. O conteúdo dos cistos é composto por uma substância gelatinosa oriunda concentração do líquido que preenche as articulações (líquido sinovial).
DiagnósticoUma avaliação criteriosa realizada por um médico qualificado deve ser realizada para a correta identificação da nodulação e determinação do seu tratamento. Exames de imagem complementares, como Ultrassonografia e Ressonância Magnética podem auxiliar no diagnóstico e fornecerem informações adicionais quando necessário.
TratamentoO tratamento empregado vai depender das características e localização da nodulação. Lesões com características benignas e com pouca sintomatologia podem ser observadas, já lesões com características indeterminadas ou muito sintomáticas o tratamento padrão é a ressecção cirúrgica da lesão com análise anatomopatológica do material obtido. Em alguns casos pode ser realizada a aspiração percutânea do conteúdo de lesões císticas.
“ Tive uma queda há alguns dias e utilizei as mãos para proteger meu rosto. Na hora não pareceu ser nada mais grave, mas desde então tenho apresentado dor nos punhos quando faço algum esforço leve”
Características das LesõesAs articulações das mãos e dos punhos possuem muitos ossos de pequeno tamanho, mas que desempenham importante função no seu conjunto. Se contarmos somente o punho possuímos 10 ossos, somando com os 19 ossos da mão totalizamos a presença de 29 ossos. Apesar do diminuto volume, cada um desses ossos desempenha individualmente um importante papel na função global das mãos e punhos.
Pequenas fraturas ou fissuras ósseas decorrentes de traumas mais leves podem passar desapercebidas em um primeiro momento levando o paciente a procurar assistência médica tardiamente somente quando a dor começa a progredir e interferir importantemente nas atividades diárias.
Muitas dessas fraturas podem não consolidar ou consolidar de forma errada se não forem identificadas e tratadas precocemente e de forma correta. Dentre elas, a fratura de um osso em específico se destaca tanto pela frequência quanto pelo potencial de sequelas se não for tratado precocemente; essa é a FRATURA DO ESCAFÓIDE.
Fratura do EscafoideO Escafóide é um osso com formato alongado, medindo aproximadamente 2,5 cm em seu sentido longitudinal, e que funciona como um eixo para todos os movimentos do punho. Tais características o tornam mais suscetível a ser fraturado em um eventual trauma. Outro ponto importante é a sua limitada vascularização que contribui para que essas fraturas simplesmente não colem e evoluam com sequelas limitantes e muitas vezes irreversíveis se não forem adequadamente tratadas.
Outra fratura que também pode passar desapercebida em um primeiro momento é a fratura da extremidade distal do rádio (ou fratura do punho propriamente dita). A característica da estrutura óssea dessa região é denominada arquitetura de osso esponjoso, que muitas vezes leva a fraturas sem um grande deslocamento inicial, mas que podem evoluir com deformidades progressivas no decorrer do tempo levando ao atraso do diagnóstico e, consequentemente, do tratamento apropriado.
TratamentoO tratamento pode incluir desde imobilizações até procedimentos cirúrgicos dependendo das características da fratura e seu tempo de evolução. Para a definição e execução do melhor tratamento para cada caso em particular é fundamental uma avaliação criteriosa com um médico Ortopedista que seja especialista na área de Mãos e Punhos.
“Após alguns dias de trabalho mais intenso comecei a sentir dores nos meus dedos. Com o tempo essas dores evoluíram e agora meu dedo simplesmente fica preso quando fecho a mão e tenho dificuldade e dor para estendê-lo sendo, às vezes, necessário auxiliar com a outra mão.”
O que é Dedo em Gatilho?O Dedo em Gatilho, também chamado de tenossinovite estenosante dos flexores dos dedos, é uma doença que se caracteriza por dor no trajeto dos tendões flexores, dificuldade na flexão e extensão dos dedos, e até mesmo travamento do movimento. Ele ocorre por conta de um processo inflamatório nos tendões responsáveis por flexionar os dedos ou por um espessamento do túnel (polia) por onde este tendão passa.
Esta condição pode estar relacionada com atividades de trabalho ou lazer que possuam esforço manual repetitivo. Algumas doenças como hipotireoidismo, diabetes, artrite reumatoide ou outros distúrbios hormonais podem também estar relacionadas com a gênese da doença.
TratamentoO tratamento pode ser realizado com medidas e medicações anti-inflamatórias, com infiltrações no túnel do tendão e até cirurgicamente em casos mais avançados ou refratários.
“Há alguns anos percebi uma nodulação na palma da minha mão. Devido ao fato de não doer, não me preocupei na ocasião. Porém essa nodulação lentamente evoluiu para a formação de uma espécie de corda que começou a dobrar o meu dedo. ”
O que é Contratura de Dupuytren?A Contratura de Dupuytren é uma patologia benigna que se caracteriza pelo espessamento anormal do tecido abaixo da pele na região da palma das mãos. Nas fases iniciais se apresenta como nodulações ou calosidades que podem progredir para a formação de cordas que progressivamente vão ocasionando a flexão dos dedos fazendo com que eles se dobrem na palma, levando muitas vezes ao bloqueio das articulações.
Quais as suas Causas?A causa da doença é multifatorial, com forte fator hereditário associado. Também possui relação com Diabetes e o uso crônico de medicações para convulsão. Ocorre mais comumente em indivíduos do sexo masculino, caucasianos e com mais de 40 anos. A velocidade de progressão e o desconforto ocasionado pela contratura podem estar correlacionados com a intensidade de esforços que o paciente realiza com as mãos.
O diagnóstico é feito fundamentalmente através de um exame físico criterioso, podendo ser associado a exames de imagem quando necessário.
TratamentoCasos mais leves e que não levem a limitações podem ser observados, porém o tratamento cirúrgico é mais indicado em casos avançados ou que levem a algum grau de limitação para as atividades cotidianas.